domingo, maio 27, 2007
"Ó Bilro!!Bilroooooooo!!"
Um grito irrompe indomável pelo relvado adentro. Um grito sonante, imponente, como convém a um líder. Um vozeirão grosso, mas ríspido. Rouco, que indicia experientes cordas vocais, testadas pelo Tempo. Respeito. Um barítono com voz de bagaço. Um pescador gritando pela saudade perene de sua amada no alto-mar. Um paternal líder com pulso de ferro transmitindo ordens aos seus petizes. Uma força que não dobra. Pelo meio, denota-se o leve assobio - quase imperceptível - que só um farfalhudo bigode transmite a um sopro de voz.
É Vítor Manuel. O carismático líder da formação do Lis. Uma força viva, um bigode que - como hoje sabemos - não resistirá aos sinais do tempo.
O comandante da nau do Lis gritava constantemente aos ouvidos de um fiel lateral direito. Ouvidos esses, que eram albergados por duas orelhas XL. Bilro recebia as roucas indicações do timoneiro, e funcionando como uma extensão do seu longo e viril braço sobre o relvado, estendia-nas aos seus companheiros. O bravo capitão leiriense tinha orgulho no trabalho que lhe era destinado, e cumpria-o com garbo. Antes do corte à "Excesso", antes das escusadas melenas douradas como adorno capilar, Bilro já era Leiria. Leiria já era Bilro. Uma simbiose que se estende para muito além do limite do razoável.
Razoáveis eram também as suas performances no tapete verde. Bom demais para ser relegado para o banco, e fraquinho demais (e não-brasileiro demais) para dar o salto, Bilro passou ao lado de uma grande carreira. Com este chavão, recordamos, como sempre, J'aime Cerqueira. Há algo em mim (será um fungo?) que me obriga a mencionar este pujante nome sempre que ouço o supracitado chavão da bola...enfim.
Voltando ao símbolo vivo de Leiria: Formar uma asa direita com o Fua e não ser campeão, é como ler todos os livros de culinária do Manuel Luís Goucha e não aprender a cozinhar, nem ficar com uma vontade indomável de lhe arrancar o bigode à chapada. Esperem. Alguem já fez isso. Aposto no Kimmel.
segunda-feira, maio 21, 2007
Habemus Bi-Campeonum!
O Futebol Clube do Porto derrotou copiosamente a armada do maquiavélico Professor Neca e sagrou-se pela segunda vez consecutiva Campeão Nacional.
O "Cromos da Bola, SAD" vem por este meio endereçar os parabéns aos Dragões por mais um título conquistado com toda a justeza e inteligência.
Inteligência? Pois claro. Com toda a certeza que o nome "Lucas Mareque" vos sugere a singela palavrinha "bluff". Afinal, o homem fez dois jogos e tal, com prestações medíocres que coincidiram com exibições menos conseguidas dos Bi-Campeões.
Mas não. E é aqui que entra a tal questão da inteligência, que o caro leitor já julgara perdida no meio da minha pretensiosa e pouco objectiva verborreia.
Cirandava eu pela World Wide Web, quando me deparo com esta assustadora fronha, que prontamente identifiquei como Lucas Mareque, personagem saída do clássico Nosferatu, mas a cores, com uma mosquinha à corredor da Nascar e camisolinha de futebol vestida. Porém, o insuspeito site www.uefa.com identifica-o como sendo o italiano Lucas Buccolini, não o argentino Lucas Mareque.
E agora sim, chego à parte da inteligência. Hossana nas alturas. Concluo portanto, que o F.C. Porto pensou que a única forma de contrariar a distorcida mente do maquiavélico Agente Neca seria contratar um agente duplo com capacidade para destrinçar os seus esquemas maléficos, e consequentemente, derrotá-lo. Nunca pensaram é que Monsieur Michel Platini e os seus comandados descobrissem a sua identidade e tão prontamente a divulgassem. E agora?...a bola já não está do teu lado, Lucas Mareque. Ou será Buccolini?...
Post Scriptum Cromatium: Nova Anderson POLLga já em exibição. Confio no Povo da Bola - cujo conhecimento bolístico é mais abrangente do que a testa de Gaston Taument - para eleger o Cromo maior da Época finda. Podeis escolher DUAS OPÇÕES. Somos tão justos e benevolentes...
domingo, maio 20, 2007
Alan Osório, Pontus Farnerud, Moretto - alea jacta cromus est.
Pela primeira vez em muitos anos teremos o privilégio de ver a Liga decidida na última jornada, com qualquer um dos três grandes (Porto, Sporting e Brag..Benfica) a ter hipóteses de conquistar o tão almejado título.
Pelas 19,15 do dia 20 de Maio de 2007, o País irá parar. Televisões e telefonias serão o pão deste faminto povo luso, ávido de encher a protuberante pança com golos, expulsões, simulações, remates ao poste e cuspidelas para o relvado.
Como já estamos Semedos (ou carecas, pronto...) de saber, o clube Portuense é o grande favorito para a revalidação de um título que já é seu. Seu e do ex-Metalurg Donetsk. Porém, os Dragões terão que superar uma equipa arquitectada por aquela que é a mente mais maquiavélica e retorcida do desporto ibérico: Professor Neca. Nunca foi uma tarefa simples para ninguém. Nunca será. Porém, os azuis-e-brancos contam com uma arma fundamental para superar o futuro treinador do Chelsea e o seu bigodinho sensual: Alan Osório Costa Silva. O velocíssimo extremo brasileiro foi o abono de família da depauperada prol Portista, enquanto Jesualdo Ferreira fazia a sua melhor imitação de Alberto Pazos para as últimas jornadas do Campeonato. Detentor de um drible em progressão estonteante, uma técnica escabrosamente aveludada e uma insuspeita qualidade cruzamental a todos os títulos folhesca, Alan liderou com mão de ferro a armada nortenha até à derradeira jornada decisiva, onde se espera que o próprio venha a carimbar o bilhete para a Títulolândia com um cabeceamento decisivo na baliza de Nuno Espíritus Sanctus. Aliás, como é seu timbre.
Trezentos e coisa e tal quilómetros a Sul, o Esquadrão 5 Minutos espera por uma proeza de Deus Neca. Um dos poucos clubes do Mundo a ter um treinador com risca ao meio e um guarda-redes com voz fininha em simultâneo, é também elegível para o Guiness pela forma como decide os jogos antes de se atingir a marca dos 10 minutos de jogo. "Mas como, raios?Como!?!?", perguntais vós? A resposta é Pontus. Pontus Farnerud. Podeis argumentar que o homem mal joga. Podeis argumentar que o homem joga mal. Eu perdôo-vos a heresia. Eu perdôo-vos a desatenção. Passo a explicar: Paulo Bento, num laivo de genialidade apenas paralelo a Senhores como Giuseppe Materazzi, decidiu potenciar os múltiplos talentos do centro-campista nórdico da melhor forma. Pontus joga os primeiros 10 minutos de cada desafio, empurrando o clube Lisboeta para a frente, defendendo como Balajic, controlando o meio campo como Didier Lang, e atacando como Ouattara. Uma força da Natureza, o sportinguista decide o jogo por si só. Aos 10 minutos, quando o placard pomposamente anuncia o costumeiro 2-0, Paulo Bento retira o Oceano Branco, poupando-o para posteriores desafios.
Sportinguistas, se aos 10 minutos ainda não estiverem em vantagem, já sabem a quem pedir satisfações.
Como outsider, temos outro clube de Lisboa. Desta feita, não só esperando por um milagre de Deus Neca, como também por um milagre de Jesus. Ah sim, e vencer o próprio desafio. Após mais uma época atribulada, sempre longe dos comandados de Alan Osório, os Moretto Boys chegam a esta altura à discussão do título como uma adolescente borbulhenta que não foi convidada para a festa, mas aparece na mesma, na esperança de sacar um gajo que tenha um Fiat Uno e ouça Bob Sinclair a 100db no autorádio deste. E tal como a adolescente, esperam por todos os Santinhos (com tiques de gravata ou não) que não lhes fechem a porta na cara. Para vencer o desafio frente à equipa de Coimbra órfã de Pitbull e Ezequias (este, desde o início da época), a equipa do Sul conta com uma parede de tijolo montada em frente da sua baliza. E não falamos de um regresso de Tahar, o Khalej. É Moretto o homem do momento. Detentor de reflexos puramente zachthorntonianos, este carismático líder da grande área tem também uma monumental pança - como a foto acima atesta - que já levou a especulações sobre o paradeiro da águia (ou milhafre) Vitória.
Alan Osório, Pontus Farnerud, Moretto - alea jacta cromus est.
Pelas 19,15 do dia 20 de Maio de 2007, o País irá parar. Televisões e telefonias serão o pão deste faminto povo luso, ávido de encher a protuberante pança com golos, expulsões, simulações, remates ao poste e cuspidelas para o relvado.
Como já estamos Semedos (ou carecas, pronto...) de saber, o clube Portuense é o grande favorito para a revalidação de um título que já é seu. Seu e do ex-Metalurg Donetsk. Porém, os Dragões terão que superar uma equipa arquitectada por aquela que é a mente mais maquiavélica e retorcida do desporto ibérico: Professor Neca. Nunca foi uma tarefa simples para ninguém. Nunca será. Porém, os azuis-e-brancos contam com uma arma fundamental para superar o futuro treinador do Chelsea e o seu bigodinho sensual: Alan Osório Costa Silva. O velocíssimo extremo brasileiro foi o abono de família da depauperada prol Portista, enquanto Jesualdo Ferreira fazia a sua melhor imitação de Alberto Pazos para as últimas jornadas do Campeonato. Detentor de um drible em progressão estonteante, uma técnica escabrosamente aveludada e uma insuspeita qualidade cruzamental a todos os títulos folhesca, Alan liderou com mão de ferro a armada nortenha até à derradeira jornada decisiva, onde se espera que o próprio venha a carimbar o bilhete para a Títulolândia com um cabeceamento decisivo na baliza de Nuno Espíritus Sanctus. Aliás, como é seu timbre.
Trezentos e coisa e tal quilómetros a Sul, o Esquadrão 5 Minutos espera por uma proeza de Deus Neca. Um dos poucos clubes do Mundo a ter um treinador com risca ao meio e um guarda-redes com voz fininha em simultâneo, é também elegível para o Guiness pela forma como decide os jogos antes de se atingir a marca dos 10 minutos de jogo. "Mas como, raios?Como!?!?", perguntais vós? A resposta é Pontus. Pontus Farnerud. Podeis argumentar que o homem mal joga. Podeis argumentar que o homem joga mal. Eu perdôo-vos a heresia. Eu perdôo-vos a desatenção. Passo a explicar: Paulo Bento, num laivo de genialidade apenas paralelo a Senhores como Giuseppe Materazzi, decidiu potenciar os múltiplos talentos do centro-campista nórdico da melhor forma. Pontus joga os primeiros 10 minutos de cada desafio, empurrando o clube Lisboeta para a frente, defendendo como Balajic, controlando o meio campo como Didier Lang, e atacando como Ouattara. Uma força da Natureza, o sportinguista decide o jogo por si só. Aos 10 minutos, quando o placard pomposamente anuncia o costumeiro 2-0, Paulo Bento retira o Oceano Branco, poupando-o para posteriores desafios.
Sportinguistas, se aos 10 minutos ainda não estiverem em vantagem, já sabem a quem pedir satisfações.
Como outsider, temos outro clube de Lisboa. Desta feita, não só esperando por um milagre de Deus Neca, como também por um milagre de Jesus. Ah sim, e vencer o próprio desafio. Após mais uma época atribulada, sempre longe dos comandados de Alan Osório, os Moretto Boys chegam a esta altura à discussão do título como uma adolescente borbulhenta que não foi convidada para a festa, mas aparece na mesma, na esperança de sacar um gajo que tenha um Fiat Uno e ouça Bob Sinclair a 100db no autorádio deste. E tal como a adolescente, esperam por todos os Santinhos (com tiques de gravata ou não) que não lhes fechem a porta na cara. Para vencer o desafio frente à equipa de Coimbra órfã de Pitbull e Ezequias (este, desde o início da época), a equipa do Sul conta com uma parede de tijolo montada em frente da sua baliza. E não falamos de um regresso de Tahar, o Khalej. É Moretto o homem do momento. Detentor de reflexos puramente zachthorntonianos, este carismático líder da grande área tem também uma monumental pança - como a foto acima atesta - que já levou a especulações sobre o paradeiro da águia (ou milhafre) Vitória.
Alan Osório, Pontus Farnerud, Moretto - alea jacta cromus est.
segunda-feira, maio 14, 2007
Darius Adamczuk
"Venham, venham todos! Juntem-se à volta da carroça!Temos algo que vai revolucionar o Mundo da ciência! Chama-se Darius Adamczuk!Darius Adamczuk!Peguem num e levem-no para casa. Cura tudo desde reumatismo, infecções urinárias, sifilis, calos, dores de cabeça, gota, escorbuto, prisão de ventre, até picadas de abelha e lombrigas. Darius Adamczuk! Levem enquanto há! Por dois mil reis de mel coado diga adeus a varizes, dermatites, frieiras, icterícia, mordedura de cobras, diarreia e gases! Darius Adamczuk! Por dois mil reis apenas! Estimule a sua secreção láctea e esqueça que a gastrite e o mau hálito existem! Darius Adamczuk! Leve já o seu!"
quarta-feira, maio 09, 2007
Vado Retro, Osvaldo.
Durante o meu recente périplo por terras castelhanas, deparei-me com esta placa. Não, não foi um cromo do Vado (apesar de ter visto vários madrilenos com t-shirts alusivas ao Marítimo de inícios anos 90, com claro destaque para Soeiro), foi mesmo a que está mais à esquerda.
Obviamente, e como qualquer ser relativamente normal, depreendi que se tratava duma probição do Ayuntamento Madrileño à entrada do (ex?) futebolista Vado nesta área metropolitana.
A minha segunda reacção, já a frio, foi fome. Fui comer uma tortilla. A terceira reacção, porém, levou-me a questionar o porquê da aversão espanhola ao "pequeno genial". Não falo de João Pereira, é do Vado mesmo.
Sem rodeios cheguei à óbvia conclusão que a habitual soberba dos espanhóis (naturalmente traduzida no bigode cheiroso de Baston e nas sobrancelhas ligeiramente arqueadas de Toniño) levou a que, não tendo o Real ou o Atlético (ou o Getafe. Ou o Fuenlabrada - grande Fuenlabrada.) conseguido contar com os serviços do nosso "10 à Skydome" quando este jogava no feudo de Jardim, reagiram desta forma pouco honrosa. Um bocado no estilo de "Ai o menino não quer vir jogar para Madrid? Pois também já não queriamos. Aliás, até tinhamos pensado em proibir a tua entrada na cidade."
A verdade é que o fizeram. Osvaldo (Vado para os amigos, e não só), sentido com esta deshomenagem (acho que inventei uma palavra nova), pensou de que forma se poderia vingar. Primeiro desenvolveu um plano em que enviaria Carlos Secretário e Agostinho para o Real Madrid. Descartando-o depois como utópico, pensou em mostrar aos espanhóis aquilo que estavam a perder. Como tal, lembrou-se de ir jogar para o Desportivo de Beja, liderando a imparável cavalgada da II Honra para a IIB em 1997. Depois, pensando que tal demonstração de inaptidão teria sido em vão, lembrou-se de desenhar um plano de carreira em que seria um jogador baixote, feioso, com um espanador na cabeça, que acabaria a carreira no estóico Monchiquense.
Mission accomplished. Por supuesto. Olé.
Post Scriptum Cromatium: e não é que encontramos um bom parceiro de meio campo para o José Américo na pior (vá lá, "menos boa") Selecção Nacional de sempre?
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